Publicado em 3 de julho de 2025 • Leitura de 8 min
Você se sente esgotado(a) após conversar com certas pessoas? Anda "pisando em ovos" para evitar um comentário ácido ou um julgamento? Lidar com pessoas excessivamente críticas pode drenar nossa energia e nos fazer duvidar do nosso próprio valor.
A boa notícia é que a psicologia moderna, especialmente as Terapias da Terceira Onda, nos oferece um mapa poderoso. O objetivo não é mudar o outro, mas fortalecer nosso escudo emocional interno, usando ferramentas como aceitação, mindfulness e compaixão para navegar por essas interações sem perder o equilíbrio.
Resumo rápido: Em vez de absorver a crítica ou entrar em uma batalha, aprenda a validar a emoção do outro sem concordar com o ataque, a observar seus próprios pensamentos sem se fundir a eles e a agir com base nos seus valores, protegendo sua autoestima.
A meta não é mudar a outra pessoa, mas sim mudar a sua própria resposta para proteger seu bem-estar. Aqui estão quatro estratégias eficazes inspiradas na Terapia do Esquema, DBT e ACT:
Validação não é concordar. É reconhecer a emoção por trás da crítica, o que pode desarmar a hostilidade. Você valida a dificuldade ou a dor da outra pessoa, sem aceitar a forma desrespeitosa da comunicação.
Na prática: Se alguém critica um erro seu de forma agressiva, em vez de reagir, você pode dizer: "Entendo que você está frustrado(a) com o resultado e que isso é importante. A forma como você está falando, no entanto, é difícil para mim."
Essa ferramenta combina empatia com o estabelecimento de limites claros. Você demonstra que entende a dificuldade da pessoa, mas não tolera comportamentos inaceitáveis.
Na prática: "Eu vejo que você está com raiva e aceito sua emoção, mas não aceito gritos. Preciso que você fale de uma forma que eu possa ouvir para resolvermos isso." Isso estabelece um limite, protegendo seu espaço emocional.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) nos ensina a "desfusão cognitiva": a habilidade de ver as críticas (externas e internas) como apenas palavras, não como verdades absolutas. São apenas "ruídos" da mente.
Na prática: Quando a crítica vier (ou ecoar na sua mente), em vez de acreditar nela, apenas note: "Ah, aqui está um pensamento crítico". Ou "Minha mente está me contando a história de que eu não sou bom o suficiente". Isso cria uma distância saudável.
Em vez de gastar energia tentando lutar contra a crítica, mude o foco: o que é realmente importante para você neste momento? Qual ação te aproxima da pessoa que você quer ser?
Na prática: Sua mente pode dizer que você precisa "vencer" a discussão. Mas seu valor pode ser "ser uma pessoa calma e respeitosa". Você pode então escolher uma ação alinhada a esse valor, como respirar fundo e adiar a conversa para um momento mais tranquilo.
Compreender de onde vem a crítica excessiva não é para desculpá-la, mas para que ela perca o poder sobre você. Muitas vezes, um comportamento hipercrítico não é sobre você, mas um reflexo do sofrimento interno da outra pessoa.
A Terapia do Esquema, por exemplo, fala sobre "modos parentais disfuncionais" que internalizamos na infância:
Quando você entende que a crítica pode ser uma armadura ou um padrão aprendido, fica mais fácil não levá-la para o lado pessoal.
Lidar com a crítica no momento é o primeiro passo. O segundo é construir uma autoestima resiliente a longo prazo.
Imagine uma versão sua que é sábia, forte e gentil. Escreva uma carta dessa sua "parte compassiva" para a sua "parte que está sofrendo" com a crítica. Ofereça palavras de conforto, validação e força. Fazer isso regularmente treina seu cérebro a desenvolver uma voz interna mais gentil.
Anote a situação que gerou a crítica, o pensamento exato que veio à sua mente e avalie: essa forma de pensar é útil? Ela me ajuda a ser quem eu quero ser? Esse exercício simples cria distância e revela o quão inúteis muitas críticas (especialmente as internas) realmente são.
Aprender a lidar com críticas e fortalecer a autoestima é uma jornada. Se você sente que precisa de um guia para te ajudar a aplicar essas ferramentas e a curar feridas antigas, estou aqui para ajudar.
Agende uma Conversa InicialToda crítica é ruim? Como diferenciar?
Não. Uma crítica construtiva foca no comportamento ou na situação (ex: "Este relatório precisa de mais dados"), é específica e visa ajudar. Uma crítica destrutiva ataca a pessoa (ex: "Você é preguiçoso"), é vaga e visa diminuir. A chave é analisar a intenção e o foco da mensagem.
E se a pessoa crítica for um chefe ou familiar próximo?
A estratégia é a mesma, mas a aplicação é mais delicada. O foco continua sendo em estabelecer limites de forma respeitosa ("Confronto Empático") e em não absorver a negatividade ("Desfusão"). Proteger sua saúde mental é uma prioridade, mesmo em relações hierárquicas ou íntimas.
Isso significa que eu não devo me importar com o que os outros pensam?
Não se trata de se tornar indiferente, mas seletivo. A meta é parar de dar um peso desproporcional a todas as opiniões, especialmente as destrutivas, e passar a se guiar mais pelos seus próprios valores e por feedbacks de pessoas que genuinamente querem o seu bem.